RELAÇÃO COMUNICAÇÃO, MULTIMÍDIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES


Quarta-feira, 04 de novembro de 2009.

RESUMO


As considerações deste artigo centram-se na análise de que a prática de comunicar e transmitir conhecimentos aos alunos por meio de multimídias é uma tarefa atual e que acaba sendo uma exigência na atualidade que afirma o professor como alguém “conectado” com as inovações tecnológicas, apto e competente em sua tarefa como mediador de novos conhecimentos. As multimídias não são uma ameaça, pelo contrário, elas servem para enriquecer o processo educacional, desde que o professor esteja apto tecnicamente, ou seja, saiba utilizá-las, sendo para isso necessária uma formação prévia.

Palavras–chave: Comunicar. Multimídias. Professor. Conhecimentos




1 INTRODUÇÃO


As rápidas mudanças que vem ocorrendo na sociedade do conhecimento, nas últimas décadas, têm apontado para a necessidade de domínio das tecnologias da informação e comunicação, para a formação e atuação no mercado de trabalho. Assim, estudos e pesquisas científicas que vem sendo realizadas nos últimos anos comprovam a relevância de que a utilização da informática como recurso e ferramenta para a otimização do ensino e da aprendizagem, seja parte da formação e consequentemente da prática docente exatamente pelo fato de que a Tecnologia Educacional continuará a progredir de uma forma cada vez mais acelerada.

Nesse sentido, o papel do educador é estar sempre buscando, em seu trabalho quotidiano, o planejamento e implementação  do uso das novas tecnologias da comunicação – que são exatamente as multimídias – da melhor maneira possível. Significando, assim, integrar a utilização dos multimeios, incorporando nas atuais práticas de sala de aula, baseada numa aprendizagem colaborativa e significativa.
É necessário destacar, entretanto, que os professores nunca serão substituídos pelas tecnologias, mas, serão substituídos por outros que utilizarão as mesmas, não sendo possível estar á margem das inovações, pois saber utilizar os multimeios é estar aberto para um processo de ensino-aprendizagem mais ativo.

Professores e alunos que trabalham com os multimeios como material didático, devem fazer uso dos mesmos de forma adequada para que haja resultados satisfatórios e significativos na construção do conhecimento de forma a explorar a criatividade e o potencial de cada aluno.

Assim, esse artigo aborda, através de pesquisas bibliográficas, que diante dessa nova situação, é importante que o professor possa refletir sobre essa nova realidade, repensar sua prática e construir novas formas de ação que permitam não só lidar com essa nova realidade, mas também construí-la consciente de que trabalhar com vários meios de comunicação facilita a contextualização no ambiente escolar, favorecendo uma interação maior entre o professor e o aluno.




2 DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Na Grécia Antiga, o estudo da Retórica, a arte de discursar e persuadir, era um assunto vital para estudantes. No início do século XX, vários especialistas começaram a estudar a comunicação como uma parte específica de suas disciplinas acadêmicas. A Comunicação começou a emergir como um campo acadêmico distinto em meados do século XX.

A comunicação humana se desenvolve em diversos campos de diferentes naturezas, dos quais podem-se destacar dois pontos distintos: a comunicação em pequena escala, e a comunicação em larga escala ou comunicação de "massa". Em ambos os casos, o ser humano passou a utilizar utensílios que passaram a auxiliar e a potencializar o processo de produção, envio e recepção das mensagens. A tecnologia passou a fazer parte da comunicação humana, assim como, passou a participar da maioria das atividades desenvolvidas pela humanidade ao longo do seu desenvolvimento.

       Na denominada sociedade da informação e do conhecimento, a escola perdeu o monopólio de transmissora de saber. As fontes em que crianças, jovens e adultos buscam e encontram informações seriam, hoje, muito diversas. Em muitos casos, com o uso da informática e das redes de comunicação, as informações são transmitidas com grande eficácia, fazendo emergir o discurs de que a escola e os centros educativos devam descobrir ou ressignificar seus papéis ou funções, de maneira que as TIC sejam utilizadas com  maior eficácia pedagógica.

Desde as teorias de aprendizagem de caráter sociointercionista, incluindo o uso de ferramentas que sustentem os processos de comunicação para explicar o porquê de outra mediação que, necessariamente, deverá ser assistida, no caso da escola, por um professor! Os atributos que se pretendem novos e revolucionários têm que ver com nosso conhecido bom professor: aquele que efetivamente se envolva no e com os processos do ensinar e aprender.

Essas novas tecnologias proporcionam a criação de redes e de ambientes interativos que facilitam o acesso ao conhecimento. Concomitantemente, esses recursos podem promover, com mais eficiência, o desenvolvimento profissional e, ao mesmo tempo, o compartilhamento de informações, visto que o acesso facilitado a estas novas tecnologias oferece aos educadores formas diferentes de ensinar e aprender.

Em suma, a comunicação se constitui em uma das ferramentas mais importantes que os professores têm à sua disposição para desempenhar as suas funções de influenciar e de transformação.

Em educação, o uso da comunicação surge como uma alternativa capaz de oferecer aos jovens as chaves para a compreensão e o domínio do mundo contemporâneo, porque oferece acesso a meios, conhecimentos e linguagens que vão propiciar o desenvolvimento pleno de seus potenciais como pessoas, trabalhadores e cidadãos.

A comunicação expressa relações e trocas simbólicas ao nível pessoal, grupal e da sociedade como um todo. Compreender melhor os meios de comunicação e os processos de comunicação torna-se indispensável para se passar de uma consciência ingênua, que não questiona os meios, para uma consciência crítica, que supere os preconceitos existentes e capte a complexidade de dimensões envolvidas. Esse processo educativo na área da comunicação parte do processo maior de educação para o desenvolvimento de todas as potencialidades da pessoa.


3 DEFINIÇÃO DE MULTIMÍDIA


       O termo multimédia refere-se portanto a tecnologias com suporte digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar conteúdos. Os conteúdos multimédia estão associados normalmente a um computador pessoal que inclui suportes para grandes volumes de dados, os discos óp como os CDs (CD-ROM,MINI-CD,CD-CARD) e DVDs, abrange também nas ferramentas de informática a utilização de arquivos digitais para a criação de apresentações empresarias, catalogos de produtos,exposição de eventos e para catalogos eletrônicos com mais facilidade e economia. Privilegiando o uso dos diversos sentidos visão, audição e tacto este tipo de tecnologia abrange diversas áreas de informatica.Em latim "media" é o plural de "medium", pelo que o termo "multi-media" pode ser considerado um pleonasmo.     

         Poderíamos sintetizar o longo relato acima dizendo que a escola do futuro tem de realizar a promessa moderna, iluminista, de emancipação, integrando-se ao universo da cultura pós-moderna: isso significa escola para todos com qualidade, isto é, com tecnologia e com educação para o uso das mídias.

        Do ponto de vista da construção do conhecimento, isso significa antes de mais nada a integração de dois campos culturais: a educação e a comunicação, ambas estruturadas como espaços de luta entre grupos e interesses contraditórios, ambas importantes no processo de criação e transmissão da cultura. No campo da educação e no da comunicação, agentes e instituições se confrontam apropriando-se desigualmente do capital simbólico específico de cada um deles (Bourdieu 1994).

       No Brasil, a história desses dois campos mostra trajetórias bem diferentes. No campo da comunicação, os principais atores são privados e o processo incorpora rapidamente as inovações técnicas. O papel do Estado tem sido mais próximo ao de cliente preferencial e generoso do que ao de instância de regulação. No campo da educação, ao contrário, os atores mais importantes são públicos, os investimentos, insuficientes e o processo tende a resistir à mudança, especialmente à incorporação de novas técnicas.
         Enquanto a escola, pobre e abandonada, vive uma crise que não é só paradigmática, mas também de identidade e de auto-estima, perplexa diante da multiplicidade e da complexidade de suas novas tarefas, as mídias triunfantes invadem os espaços mais reservados do cotidiano, tornando-se extensões naturais de nossos sentidos, concretizando assim as profecias de McLuhan.
O capital cultural com melhor valor no mercado das trocas simbólicas está mais no campo da comunicação, seja no mundo real dos negócios (onde 30 segundos de publicidade podem valer o salário de dez mil professores), seja no mundo simbólico do imaginário popular, especialmente na percepção dos jovens, que sonham com a celebridade aparentemente fácil ofertada pelas mídias.

         Na intersecção desses dois campos, ocorre o processo de socialização das novas gerações, processo extremamente complexo que integra de modo interativo todos os elementos do meio ambiente da criança. Nesse processo atuam muitas instituições: a família, a escola e a Igreja eram as principais. Agora atuam também nesse processo, de modo voluntário e insistente, inúmeras empresas produtoras e distribuidoras de "bens culturais": os sistemas de mídia (Belloni 1992 e 1994).

        A escola ainda não conseguiu integrar esses bens culturais produzidos pelas mídias, e que são consumidos pela maioria das crianças, consumo este desigualmente distribuído entre grupos sociais. A escola de qualidade terá que integrar as novas tecnologias de comunicação de modo eficiente e crítico, sem perder de vista os ideais humanistas da modernidade (isto é, evitando aquele velho mecanismo que consiste em jogar fora a criança com a água do banho), mostrando-se capaz de colocar as tecnologias a serviço do sujeito da educação - o cidadão livre -, e não a educação a serviço das exigências técnicas do mercado de trabalho.

          O campo da comunicação é um campo cultural que cresce em importância e visibilidade no mercado globalizado e está caracterizado pelo uso intensivo de meios tecnológicos de transmissão de informações. Esse campo se estrutura em sistemas de mídia que preenchem diferentes funções: ideológica, informativa, de entretenimento, cognitiva etc. É no cumprimento eficiente dessas funções que as mídias vão penetrando e interferindo na ação de outras instituições em outros campos, como a família, invadida pela moral das telenovelas e dos desenhos animados, ou a escola, que ainda não sabe lidar com suas mensagens e linguagens. Para não falar das religiões que tiveram que se adaptar a elas.

         O campo da educação enfrenta, pois, mais este desafio: o de constituir-se em espaço de mediação entre a criança e esse meio ambiente tecnificado e povoado de máquinas que lidam com a mente e o imaginário. Cabe à escola não só assegurar a democratização do acesso aos meios técnicos de comunicação os mais sofisticados, mas ir além e estimular, dar condições, preparar as novas gerações para a apropriação ativa e crítica dessas novas tecnologias. É função da educação formar cidadãos livres e autônomos, sujeitos do processo educacional: professores e estudantes identificados com seu novo papel de pesquisadores, num mundo cada vez mais informacional e informatizado.

         Isso exige transformações radicais no campo da educação: será preciso reavaliar teorias e reinventar estratégias e práticas. À universidade cabe investir na produção acadêmica de conhecimento novo e inovador, repensar aspectos teóricos e metodológicos e integrar efetivamente o ensino e a pesquisa.

          A escola do presente e do futuro, aquela que todos queremos, tem de resgatar os ideais da modernidade clássica transformando-os para adaptá-los à modernidade radical, às infinitas possibilidades ofertadas pelas tecnologias de comunicação e de informação. Somente com a modernização radical do campo educacional - que vai da pesquisa acadêmica às estratégias políticas - poderá a escola cumprir sua função social: a de formar o cidadão autônomo, competente técnica e politicamente.

            É preciso redefinir o papel do educador: será ele um engenheiro do conhecimento, misto de programador e artista, tutor a distância ou em presença, facilitador ou orientador de uma aprendizagem baseada em materiais multimidiáticos, ou um pesquisador, ator, com seus alunos, na construção do conhecimento? A complexidade de suas tarefas exige uma formação inicial e continuada totalmente nova. Como formar o professor que a escola do futuro exige? Na formação do professor do futuro está em jogo o futuro do professor, se me é permitido o trocadilho.

As respostas a essa pergunta crucial são muitas e estão longe de ser unânimes, mas parecem sinalizar uma tendência a se agruparem em torno da idéia de reflexão. Esse conceito amplo e fluido parece ser o mais utilizado por pesquisadores e formadores para referir novas tendências na formação de professores. Muitas concepções do professor e do ensino podem ser englobadas por essa concepção mais ampla: o professor que experimenta, o professor pesquisador na ação, o professor como pedagogo radical, e muitas outras. Todas essas novas tendências se declaram reflexivas (Garcia 1992, p. 59).



4 A FORMAÇÃO DOCENTE E SUA RELAÇÃO COM A COMUNICAÇÃO E A MULTIMÍDIA


Por ocasião da introdução dos computadores nas escolas, a partir da segunda metade da década de 90, havia uma esperança de que esta tecnologia trouxesse o mesmo tipo de transformação observada no campo da ciência, da indústria e dos negócios. Em cada uma destas áreas, procedimentos claros combinados com a informática e com outros equipamentos tecnológicos proporcionaram enormes saltos em qualidade e eficiência, facilitando mensurações e cálculos, simulando situações para a experimentação eliminando erros e até perigos originados de processos repetitivos da atividade humana.

No entanto, parece que esta mudança somente acrescentou mais uma camada de complexidade à prática educativa. Os professores, a maioria com despreparo e orientações precárias, excesso de trabalho e dificuldades pessoais decorrentes, entre outros fatores, do desprestígio profissional e baixa remuneração, mostram-se, ainda hoje, muitas vezes confusos e estressados tendo que apreender e administrar mais este conjunto de inovações.

As relações dos seres humanos com as máquinas têm sido, ao longo dos tempos, muitas vezes percebida como algo fora da capacidade da maioria das pessoas que não tiveram oportunidade de desenvolver habilidades, tanto para manejá-las como para compreender as premissas básicas de seu funcionamento. Em função disso, muitas ainda mostram-se preconceituosas e até mesmo temerosas ao terem de manusear equipamentos, o que pode levar algumas pessoas a sentirem-se incapazes de compreender, analisar e criticar os rumos que tomam as conquistas e as modificações tecnológicas, assim como as concepções e pesquisas que as fundamentam.

É, provavelmente, devido a isso que se percebem certas incertezas e desconfianças quanto aos objetivos e à utilização de equipamentos tecnológicos, principalmente eletrônicos, por parte de profissionais da área da educação que, em decorrência à sua inexperiência pessoal, preferem não manipulá-los em classe ou incorporá-los às suas aulas.

No sentido inverso, existem educadores que remetem à mera introdução de novas tecnologias no ensino, principalmente de computadores, a esperança de que os alunos saiam da escola bem preparados para o competitivo mercado de trabalho que os aguardam. Desta forma também incorrem no risco de introduzir a tecnologia somente pela tecnologia para dar ares de modernidade a um sistema educacional que talvez carregue consigo, em sua essência, uma predisposição ao fracasso, adquirida ao longo de gerações.

No Brasil, com a introdução de milhares de computadores nas escolas e outros equipamentos eletrônicos no cotidiano social, todos se vêem frente à necessidade de compreendê-los e utilizá-los adequadamente. Não se trata, portanto, somente da alfabetização digital. Assim como no caso da escrita (Soares, 2003) o conceito de alfabetização e letramento digital não pode estar dissociado pois são processos interdependentes. Isto é, a habilidade para utilizar-se de recursos tecnológicos desenvolve-se no contexto das práticas educativas dentro e fora da escola, em seus diferentes níveis.

Wallace e Louden (1994) incluem como fatores fortemente determinantes à pratica de ensino do professor sua experiência de vida, sua prática e seu senso de auto-valor. Como fatores favoráveis à prática da docência, Hart e Murphy (1990) observaram que a maioria dos professores recém formados apresentam maior índice de motivação e empenho para novas propostas educacionais, reagindo positivamente aos incentivos e desafios profissionais de seus superiores, em relação aos que estão em final de carreira.

Cientes de seus problemas, uma das alternativas mais utilizadas pelos professores para preencherem suas deficiências especificas parece ser a freqüência a cursos de extensão e aperfeiçoamento. Porém, uma solução, além da urgente reformulação dos programas e currículos, seria também uma maior reflexão sobre como melhorar qualitativa e quantitativamente os cursos de formação de docentes, em todos os níveis de ensino, tem sido defendida pelas autoras há mais de uma década (Marchiori, 1996).

Um dos projetos desenvolvidos para a implantação de salas de aula ricas em tecnologia mas centradas nos alunos, Apple Classrooms of Tomorrow - ACOT, (Dwyer, 1994), propiciou mecanismos intrínsecos para que os professores pudessem cultivar a reflexão a longo prazo, solicitando que fizessem gravações em fitas de áudio, relatórios semanais sobre os principais acontecimentos e evoluções, manter observadores visitantes durante suas aulas, enviar telecomunicações para outras escolas, e principalmente trabalhar estreitamente com pesquisadores ligados às universidades, para análise de suas experiências em sala de aula.

Considerando-se que a mudança de concepções ocorre de maneira evolutiva, a abordagem gradual é a mais adequada. No caso do trabalho com computadores em sala de aula, o primeiro estágio é o da implementação, onde as preocupações giram em torno do próprio equipamento. Nesta fase o suporte e treinamento técnico tem uma importante função, reduzindo o estresse e aumentando a confiança.

Conforme os professores vão aprendendo os princípios básicos de funcionamento do equipamento, precisam ser imersos em um ambiente que construa elos entre a tecnologia, a instrução e a aprendizagem, garantindo acesso suficiente à tecnologia não só para seus alunos mas também para si. Há uma maior probabilidade de serem bem sucedidos se participarem deste processo voluntariamente e como membros de uma equipe com o mesmo propósito, organizando-se o tempo para que as equipes possam reunir-se rotineiramente.

O tempo é um fator de apoio crucial para o avanço no processo evolutivo, pois neste ínterim os professores devem ter muitas e variadas oportunidades para observarem seus pares, “confrontarem suas ações, examinarem seus motivos e refletirem criticamente sobre as conseqüências de suas escolhas, decisões e ações. Eles precisam de oportunidades de um diálogo contínuo sobre suas experiências e de um desenvolvimento contínuo de suas habilidades de imaginar e descobrir experiências de aprendizagem mais eficazes para seus alunos.” (Sandholtz, Ringstaff e Dwyer, 1997, pág.61). O estágio final, particularmente de grande importância, é quando os professores devem escrever sobre suas experiências e divulga-las, seja através de publicações editoriais, informativos de circulação interna, ou da Internet para que possam partilhar seus novos conhecimento com outros profissionais.

Entretanto, os autores acima citados fazem advertências importantes quanto à estratégia de se mudar as crenças dos professores como uma condição para a mudança instrucional. Citam primeiramente que podem ocorrer frustrações por estarem ligadas a momentos e pessoas significativos, afetando o comportamento caso a meta e os esforços para a mudança de concepções não seja um fenômeno organizacional, sistêmico ou cultural. "Em suma, as crenças dos professores só podem ser modificadas quando estes estiverem em meio às dificuldades da mudança - arriscando-se e enfrentando as incertezas. A mudança instrucional só pode avançar com uma mudança correspondente nas crenças dos professores. " (Dwyer, 1994))

A necessidade de maiores investimentos na formação tecnológica dos alunos vem sendo discutida por especialistas no mundo todo e muitos projetos governamentais estão em curso. A responsabilidade da Universidade em fornecer preparo crítico aos professores que atuarão desde as séries iniciais, passa pela reformulação dos currículos. Nos cursos de licenciatura devem ser incluídas disciplinas que capacitem os professores em formação para a utilização de recursos tecnológicos de informação e comunicação. Utilização, essa, não somente prática, mas crítica e reflexiva no trabalho de mediação, interação e compartilhamento significativo de conhecimentos em ambientes educacionais reais e virtuais.

Uma proposta curricular pautada na incorporação de TIC para ensino e aprendizagem interdisciplinar em nível superior, está em andamento no curso Normal Superior de nossa IES desde o ano 2003, ao mesmo tempo em que se desenvolve uma pesquisa longitudinal sobre os efeitos dessa formação nos alunos e professores do curso, sujeitos da investigação.

Como uma das habilidades a serem desenvolvidas nos professores em formação superior destaca-se

No projeto pedagógico do Curso, para as habilitações em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensnino Fundamental, “o domínio das mais modernas tecnologias de informação e comunicação e do uso de ferramentas computacionais para acesso a informações de última geração e exercício ágil da profissão, de forma a aumentar as possibilidades de aprendizagem dos alunos”( Metrocamp, 2002) .

A área Tecnologia aplicada à Educação do curso Normal Superior das Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - METROCAMP, engloba 4 disciplinas que objetivam propiciar aos alunos uma formação ao mesmo tempo abrangente e profunda no campo das novas tecnologias da informação e comunicação visando à produção e sistematização de conhecimentos. Os laboratórios de informática, onde são ministradas as aulas, são usados como espaços colaborativos de construção de conhecimento e desenvolvimento de pesquisas. Notamos que a incorporação dessas novas competências vem refletindo ao longo do curso trazendo efetivas contribuições à educação dos alunos como um todo.

É importante que seja garantido no Projeto Pedagógico do curso que o aluno tenha oportunidades de conhecer os ambientes mediados por computador e fazer da tecnologia um instrumento educativo no eixo Informática e Multimeios, onde através de disciplinas específicas, os estudante elaboram seus conhecimentos técnicos e teóricos para estabelecer relações entre os recursos tecnológicos de multimídia e a prática educativa, tanto no papel de estudante como de professor.

No entanto será possível afirmar que os formandos conseguem, ao final do curso, desenvolver suas habilidades e competências para o uso eficaz, criativo, reflexivo e crítico das tecnologias no contexto educacional? Teriam as diferenças sócio-culturais forte influência neste desenvolvimento? Quais seriam as reformulações a serem executadas nas disciplinas especificas para garantir que os objetivos sejam atingidos?

Esse trabalho foi compilado de vários artigos da internet. Se você se interessou por esse artigo e deseja receber as referências e conclusão, deixe um recado (com e-mail) que eu envio para você.



 






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