Uma metodologia que tem, como objetivo principal, mobilizar a comunidade escolar em torno de ações voltadas para a busca da educação de qualidade para todos. Os Indicadores permitem uma ampla avaliação da escola, identificando pontos fortes e fracos. Um conjunto de perguntas e respostas revela o que vai bem e o que precisa ser melhorado. (Para baixar o arquivo em PDF dos indicadores, basta clicar nas imagens ao final do post.).
A QUALIDADE DA NOSSA ESCOLA
É muito comum ouvir que o ensino público no Brasil é de má qualidade.
Mas o que é qualidade? Será que uma escola considerada de qualidade cem anos atrás ainda hoje seria vista assim? Será que uma escola boa para a população que vive no interior da floresta amazônica também é boa para quem mora nos centros urbanos?
Como todos vivemos num mesmo país e num mesmo tempo histórico, é provável que compartilhemos muitas noções gerais sobre o que é uma escola de qualidade. A maioria das pessoas certamente concorda com o fato de que uma escola boa é aquela em que os alunos aprendem coisas essenciais para sua vida, como ler e escrever, resolver problemas matemáticos, conviver com os colegas, respeitar regras, trabalhar em grupo.
Quem pode definir bem esse conceito de qualidade na escola e ajudar nas orientações gerais sobre essa qualidade, de acordo com os contextos socioculturais locais, é a própria comunidade escolar. Não existe um padrão ou uma receita única para uma escola de qualidade. Qualidade é um conceito dinâmico, reconstruído constantemente. Cada escola tem autonomia para refletir, propor e agir na sua busca pela qualidade da educação.
Os Indicadores da Qualidade na Educação foram criados para ajudar a comunidade escolar a avaliar e melhorar a qualidade da escola. Este é seu objetivo principal. Compreendendo seus pontos fortes e fracos, a escola tem condições de intervir para melhorar sua qualidade conforme seus próprios critérios e prioridades.
Para tanto, identificamos sete elementos fundamentais – aqui nomeados como dimensões – que devem ser considerados pela escola na reflexão de sua qualidade. Para avaliar essas dimensões, foram criados alguns sinalizadores de qualidade de aspectos importantes da realidade escolar: os indicadores.
O que são indicadores?
Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo. Por exemplo, para saber se uma pessoa está doente, usamos vários indicadores: febre, dor, desânimo. Para saber se a economia do País vai bem, usamos como indicadores a inflação e a taxa de juros. A variação dos indicadores nos possibilita constatar mudanças (a febre que baixou significa que a pessoa está melhorando, a inflação mais baixa no último ano diz que a economia está melhorando). Aqui, os indicadores apresentam a qualidade da escola em relação a importantes elementos de sua realidade: as dimensões.
Com um bom conjunto de indicadores tem-se, de forma simples e acessível, um quadro de sinais que possibilitam identificar o que vai bem e o que vai mal na escola, de forma que todos tomem conhecimento e tenham condições de discutir e decidir as prioridades de ação para sua melhoria.
Vale lembrar que esta luta é de responsabilidade de toda a comunidade: pais, mães, professores, diretores, alunos, funcionários, conselheiros tutelares, de educação, dos direitos da criança, organizações não-governamentais (ONGs), órgãos públicos e universidades, enfim, toda pessoa ou instituição que se relaciona com a escola e se mobiliza por sua qualidade. Educação é um assunto de interesse público. Por isso, pretendemos que a aplicação deste instrumental envolva todos esses atores, incluindo as crianças das séries iniciais do ensino fundamental.
Foco no Ensino Fundamental
Este material foi elaborado para ser usado por escolas de ensino fundamental. Entretanto, também pode ser usado por escolas de educação infantil, ensino médio e educação de jovens e adultos, desde que seja feita uma adequação dos indicadores e das perguntas conforme as necessidades específicas desses níveis de ensino.
A decisão de compartilhar os resultados da avaliação é da comunidade escolar
Os resultados da avaliação feita com base neste instrumento não passarão por nenhum tipo de análise nem serão divulgados compulsoriamente por órgãos oficiais. A decisão de utilizar os indicadores e de compartilhar os resultados da avaliação é da escola, e sua adesão a iniciativas coletivas é voluntária. Este instrumento tem como objetivo contribuir para que a comunidade escolar se engaje na luta pela melhoria da qualidade da escola. Nesse sentido, pode ser útil compartilhar a avaliação com a Secretaria de Educação local, colaborando para que o sistema educacional enfrente os problemas, que não são de responsabilidade apenas da escola.
COMO UTILIZAR OS INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO
DIMENSÃO 1: AMBIENTE EDUCATIVO
A escola é um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela, os indivíduos se socializam, brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana. No ambiente educativo, o respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, a negociação, o combate à discriminação e o exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem a socialização e a convivência, desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre todos.
DIMENSÃO 2: PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIAÇÃO
Por meio de uma ação planejada e refletida do professor no dia-a-dia da sala de aula, a escola realiza seu maior objetivo: fazer com que os alunos aprendam e adquiram o desejo de aprender cada vez mais e com autonomia. Para atingir esse objetivo, é preciso focar a prática pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que significa observá-los de perto, conhecê-los, compreender suas diferenças, demonstrar interesse por eles, conhecer suas dificuldades e incentivar suas potencialidades.
DIMENSÃO 3: ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA (EF)
Como sabemos, ensinar os alunos a ler e escrever é uma das principais tarefas da escola. A leitura e a escrita são muito importantes para que as pessoas exerçam seus direitos, possam trabalhar e participar da sociedade com cidadania, se informar e aprender coisas novas ao longo de toda a vida.
DIMENSÃO 4: GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Algumas características da gestão escolar democrática são o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo–benefício e a transparência (capacidade de deixar claro para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os financeiros).
DIMENSÃO 5: FORMAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO
Todos os profissionais da escola são importantes para a realização dos objetivos do projeto pedagógico. Os professores são responsáveis por aquilo que os especialistas chamam de transposição didática, ou seja, concretizar os princípios político-pedagógicos em ensino-aprendizagem. Cada um dos demais profissionais tem um papel fundamental no processo educativo, cujo resultado não depende apenas da sala de aula, mas também da vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola. Tamanha responsabilidade exige boas condições de trabalho, preparo e equilíbrio. Para tanto, é importante que se garanta formação continuada aos profissionais e também outras condições, tais como estabilidade do corpo docente, o que incide sobre a consolidação dos vínculos e dos processos de aprendizagem, uma adequada relação entre o número de professores e o número de alunos, salários condizentes com a importância do trabalho, etc.
DIMENSÃO 6: AMBIENTE FÍSICO ESCOLAR
Ambientes físicos escolares de qualidade são espaços educativos organizados, limpos, arejados, agradáveis, cuidados, com flores e árvores, móveis, equipamentos e materiais didáticos adequados à realidade da escola, com recursos que permitam a prestação de serviços de qualidade aos alunos, aos pais e à comunidade, além de boas condições de trabalho para professores, diretores e funcionários em geral.
DIMENSÃO 7: ACESSO E PERMANÊNCIA DOS ALUNOS
Um dos principais desafios atuais de nossas escolas é fazer com que crianças e adolescentes nela permaneçam e consigam concluir os níveis de ensino em idade adequada, e que jovens e adultos também tenham os seus direitos educativos atendidos. Será que sabemos quem são os alunos que, na nossa escola, apresentam maior dificuldade no processo de aprendizagem? Sabemos quem são aqueles que mais faltam na escola? Onde e como eles vivem? Quais são as suas dificuldades? E os que abandonaram ou se evadiram? Sabemos o motivo? O que estão fazendo?Estamos nos esforçando em trazê-los de volta para a escola? Temos tratado essa situação com o cuidado e o carinho que ela merece? Ao responder a essas e outras perguntas relativas a esta dimensão, a comunidade escolar poderá discutir formas de a escola oferecer boas oportunidades de aprendizagem a todos os cidadãos.
Fonte: http://www.educarede.org.br
3 comentários:
Amei seu blogger e como você sou apaixonada pela educação, pois tudo que sou e que tenho depois de Deus devo a minha vida profissional, construída com respeito, esforço e trabalho.
Continue você é brilhante
Ires Amélia
Imperatriz-Ma
Olá, gostaria de agradecer a equipe responsável pelo blog, esse conteúdo ajudou a equipe de nosso colégio zona norte sp, parabéns a toda equipe que colaborou!
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