POTENCIALIDADES
DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DESAFIOS
E POSSIBILIDADES.
1 Aluna da
Especialização em Educação Especial e Inclusiva UEMANET – 2017.2. GRUPO “F”. E-mail:
xxxxx
2 Aluna da
Especialização em Educação Especial e Inclusiva UEMANET – 2017.2. GRUPO “F”. E-mail:
xxxxx
RESUMO
O
presente trabalho busca refletir sobre a Educação à Distância como potencial
instrumento de acesso e inclusão no processo de aprendizagem apontando a
modalidade como modelo capaz de estimular e intervir significativamente na
qualidade do aprendizado visando melhorar qualitativa e quantitativamente os
índices educacionais sanando lacunas no aprendizado de estudantes nos mais
variados níveis a partir de uma intervenção híbrida, onde se alie o horário
escolar ao enfoque EaD como suporte no aprendizado impulsionando, assim, a acessibilidade,
o fluxo escolar e desenvolvimento de índices na educação.
Palavras-chave: Educação à Distância; Inclusão;
Ferramenta; Acessibilidade.
INTRODUÇÃO
As inovações tecnológicas e
metodológicas direcionadas para uma ação pedagógica mais eficaz em todos os
níveis do ensino fazem parte atualmente de programas que visam alavancar a
educação brasileira.
Dentro dessa vertente, a Educação à
Distância – EaD – configura-se como uma modalidade que vem ganhando cada vez
mais espaço no cenário educacional mesmo dentro de um contexto tão plural
regional, cultural e socialmente falando; ampliando consideravelmente suas
“fronteiras”, principalmente na última década, trazendo a possibilidade de um
formato mais acessível e democrático.
Fernando Haddad, prefaciando o livro
Educação à Distância: o estado da arte, referenciou o Plano Nacional da
Educação, embasando que a utilização da modalidade EaD é indiscutivelmente eficaz
do desenvolvimento da educação no Brasil e consequente ampliação socioeconômica
e cultural da nação:
No processo de
universalização e democratização do ensino, especialmente no Brasil, onde os
déficits educativos e as desigualdades regionais são tão elevados, os desafios
educacionais existentes podem ter, na educação à distância, um meio auxiliar de
indiscutível eficácia. Além do mais, os programas educativos podem desempenhar
um papel inestimável no desenvolvimento cultural da população em geral.(HADDAD,
2009 apud LITTO; FORMIGA, 2009, não paginado)
Dessa forma, quando analisamos a EaD
como ferramenta, ou modelo de inclusão e de democratização do
ensino-aprendizado compreendemos que trata-se de uma abordagem de mediação
tecnológica que possibilita o oferecimento de condições de inserção a um
público, que, em suas diferenças e limitações, tem a possibilidade de conectar-se
a um contexto democrático e intencionalmente elaborado que permite colaboração,
coparticipação e construção ativa dos envolvidos no processo educacional
ensejando crescimento, desenvolvimento e a diminuição das disparidades dadas no
contexto educacional brasileiro.
Assim, a abrangência e sucesso de
medidas de inclusão na escola podem estar diretamente relacionadas à igualdade
metodológica na escola e consequente qualidade em seus resultados, sendo o elo
entre esses dois fatores – igualdade e qualidade – o uso mediado de tecnologias
da informação, especialmente a educação à distância, que ainda encontrar-se
impedida de um maior avanço no contexto escolar, especificamente na educação
básica, por conta de alguns fatores enumerados por Rodrigues (2003, não
paginado):
[...] a falta de
formação dos professores para empreender práticas inclusivas, a carência de
recursos e a ausência de mudanças estruturais na escola que sustentem as
inovações.
O presente trabalho objetiva ampliar os
horizontes referentes ao modelo EaD visualizando-o em sua potencialidade como
política de inclusão, bem como conhecer os impactos positivos e potencializadores que
sua difusão e ampliação poderão resultar no cenário educacional brasileiro,
especificamente no sistema básico de ensino, de forma inclusiva e abrangente,
partindo desse pressuposto que inclusão tecnológica configurada aqui pelo uso
da EaD poderia ser benéfica em amplos
aspectos no contexto escolar.
PRESSUPOSTO
TEÓRICO
A Educação à Distância – EaD,
ou educação não presencial rompe barreiras com relação a espaço/ tempo desde
1950, através das Escolas Politécnicas. No entanto, avanços sobre a Era da
Informação na Inclusão Escolar com todos os seus aspectos ocorreram entre os
anos 90 e anos 2.000. Na Conferência de Jontiem, em 1990, Conferência Mundial
de Educação Especial que deu origem a “Declaração de Salamanca”, surgiu então,
a Educação Inclusiva – Inclusão Escolar.
A Inclusão Escolar
desafia na mudança de atitude. É necessário que percebamos a mudança que está
ocorrendo em nosso sistema. A Inclusão pressupõe mudanças de velhas práticas. A
EaD expressa uma ferramenta fundamental como modelo de inclusão social no
âmbito de contribuir assertivamente e positivamente de forma fundamental na
inclusão do aluno ou Pessoa com Deficiência.
É um instrumento
importantíssimo de aspecto multiculturalista que possibilita favorecer a
aprendizagem desenvolvendo novas habilidades e conhecimentos diversos. A
integração social exige a necessidade da sociedade de conscientização para com
a Pessoa com Deficiência.
A aproximação entre Informática
e Educação reflete na Inclusão Educacional, em primeira analise, um processo
anual dentro de uma sociedade definida como pós- industrial ou informacional.
Revelando, no entanto, complexidades que acompanham o próprio processo de
informatização da escola, bem como a formação docente para esta nova realidade,
as contribuições para a relação ensino e aprendizagem, no intercambio dos
conteúdos trazidos pelos recursos informatizados e as questões de cultura,
dentre outras.
Esta relação entre Informática
e Educação vem mostrar mudanças na formação de novas competências técnico-práticas
e emancipatórias para a comunidade escolar. Significa, também, que a
informática e seus modelos presenciais ou EaD – Educação à Distância possui uma
contribuição sem duvida salutar para a comunidade escolar e principalmente na
relação direta de Inclusão Educacional sem segregação e prática preconceituosa
que infelizmente atua até hoje no Brasil e no Mundo.
Sabemos que a demanda pela
Informática e o Ensino à Distância, fazendo uma reflexão deste, como novo e já
indispensável recurso educativo é importantíssimo nesse aspecto educacional,
mas não podemos ainda afirmar que os avanços da tecnologia sejam acompanhados,
no mesmo ritmo, pela educação. Na verdade, são fronteiras que a tecnologia
ultrapassa na informação com extrema rapidez dentro de uma realidade e
conhecimento imprimindo novas descobertas para tais avanços que demoram,
infelizmente, se tornar acessíveis à educação regular de ensino, bem como um
todo. Isto é lamentável!
Estudos, ou melhor, alguns
destes apontam para o papel que a virtualidade assume na representação
cognitiva enquanto modelo analógico. Neste caso, a representação de trabalhos
com imagens, entre outros, não se baseia somente em cópias armazenadas, mas
cria novas mensagens com representações pra aprendizagem. Santella e Noth
(1998, p. 32) afirmam que:
[...] pesquisas neurofisiológicas mostraram
que imagens mentais ativam, no cérebro, os mesmos padrões de excitação neuronal
(córtex visual) que a visão real e essas regiões do cérebro, ativadas no
processo visual, são outras do que aquelas ativadas por conceitos
abstratos.
Vale ressaltar, que imagens
mentais e imagens reais (como as comuns visualizadas no cotidiano) entram para
o campo de cognição, onde a psicologia cognitiva procura definir a experiência
do mundo virtual. Aspectos positivos estes de aprendizagem que só agregam
valores educativos no que se refere às tecnologias.
A escola não poderá se
mostrar indiferente as Tecnologias da Educação e suas Interfaces, sejam estas
Presenciais ou EaD. Na Era da Informação, onde as tecnologias diariamente
“sofrem” modificações, alterações, inovações constantemente como Hardware e
Software ultramodernos, não será possível ficar indiferente a tudo isto. Não
estar informatizado em um Mundo Globalizado, significa “condenar” a população
educacional, ou não, à exclusão.
Nesse contexto, incorporar essa
realidade é necessário estar conectado é claro, porém, o corpo docente aberto
para mudanças dentro desta perspectiva como professor, facilitador e
coordenador no processo de ensino aprendizagem. Profissionais de diversas áreas
da educação apresentam resistência ao novo, no que tange as novas tecnologias.
É preciso rever valores, concepções atuais na responsabilidade de educar e
principalmente com relação à Inclusão Educacional – Educação Especial /
Educação Inclusiva.
Portanto, é o novo em questão,
mudanças de paradigmas educacionais, escolar, para um caminho de inclusão não
somente educacional como social. A escola precisa deste novo caminho, uma nova
forma de atuar e o profissional não poderá jamais abster-se do processo. A
escola não poderá ficar ignorando as evoluções e anulando as diferenças dentro
dela. Então, a escola inclusiva parte do pressuposto que todas as crianças
podem aprender e fazer parte da vida escolar e social. A EaD, contribui para a
aceitação das diferenças, educação como direito de todos, igualdade,
oportunidade, reconhecendo o potencial de cada um.
Há um mundo de informações fora
da escola, por meio de diversas fontes de comunicação e principalmente diversas
mídias. A necessidade de remodelar o ensino e aspectos como métodos utilizados
revela uma característica da atualidade. O Ensino à Distância estabelece uma
comunicação como estudo aberto, educação não tradicionalista, “estudo externo”,
extensão, entre outros aspectos. A EaD, implica a disponibilidade, interesse,
estudo, aprofundamento, construção de conhecimento, movimentação do aluno para
sua formação na busca de uma democratização do saber. Acredito ser um exercício
coerente da Cidadania também em questão. A mesma cidadania que não poderá
ignorar as Pessoas com Deficiência, caso contrário, não haverá Cidadania de
fato.
Não é via de mão única, mas
dupla via, o professor e aluno encontram-se juntos nessa caminhada, neste
espaço utilizando dessa ferramenta no processo de ensino aprendizagem. A
informática deve ser vista pela escola como mecanismo de apoio e ação dividida
em duas áreas: informática técnica e informática pedagógica.
No processo de EaD e
inclusão educacional no sistema de ensino regular, dar-se-á a informática
pedagógica, aquela que vai estar presente diariamente em sala de aula, mediada
pelo professor auxiliando e complementando o processo educativo.
Modelo este que deverá ir de
encontro com todas as disciplinas visando à relação entre conhecimento,
pesquisa, desenvolvimento, entretenimento, estudos, aprendizados. Partindo
desse pressuposto a necessidade de garantir oportunidades em peculiaridades, ou
seja, no processo de Inclusão. Podemos fazer perguntas no sentido de auto
reflexão sobre uma sociedade e ensino inclusivo, como: Como uma criança com
deficiência mental aprende? Como funciona a escola com alunos surdos? Enfim se
colocar no lugar do outro e analisar os métodos e processos de aprendizagem.
Essas perguntas podem nos levar a pensar com consciência crítica para a
Inclusão Educacional.
Conhecer sobre deficiências e
analisar as necessidades especificas para utilizar A EaD como recurso
pedagógico necessário para a aprendizagem requer estudo, respeito, e
principalmente rever conceitos e práticas pedagógicas, uma discussão sobre
diversas deficiências e as diferentes intervenções pedagógicas nesse processo
de Inclusão educacional é analisar possibilidades de contribuir com este
discente.
Estratégias para
adaptações curriculares em relação à Educação à Distância como modelo de
Inclusão educacional devem ser organizadas com o corpo docente e auxilio de
coordenação pedagógica, bem como organização da ambiência escolar. Uma Escola
não se constrói sozinha essa “linha de raciocínio” de um só ser responsável
pelo todo, por parte de alguns, deveria ser eliminada, abolida, do processo
educacional.
As possibilidades da EaD –
Educação à Distância permeiam as Política Públicas para o mesmo. “Aquela pessoa
que não está ‘inserida na informação ou digitalmente”, será “excluída”
socialmente. Para aquele que se encontra com deficiência, ou seja, Pessoas com
Deficiências o advento das tecnologias quebram barreiras. A primeira delas, a
atitudinal, de nada adianta toda a Tecnologia em questão se houver uma barreira
do ser humano para com outro. Outro aspecto relevante, a inserção de
gerenciamento e cuidados específicos para com o ambiente de aprendizagem
virtual.
Ambiente este, que mesmo em uma
Escola Regular de Ensino, Cursos Tecnológicos, Graduação, entre outros, a
exemplo de uma Pessoa com Deficiência Visual, os Softwares adequados precisam
funcionar corretamente. A exemplo, o Software sintetizador de voz que realiza a
leitura das páginas de um espaço/ambiente de EaD, ambiente virtual de
aprendizagem reproduzindo em voz alta para aquela Pessoa com Deficiência
Visual, aquilo que está sendo discorrido, escrito, digitado no momento.
São recursos tecnológicos de
Tecnologia Assistiva, que podem ser disponibilizados pelo Ministério da
Educação. Tecnologias estas, de recursos multifuncionais como: material em
Braile (livros didáticos e paradidáticos), áudio de Língua Brasileira de
Sinais, entre outros, que promovem acesso ao currículo escolar. A sala de aula
inclusiva necessita de todos esses Sistemas para auxiliar e proporcionar
aprendizagem como um todo e não somente para “um grupo de alunos”.
O paradigma da Inclusão e sobre
este no ambiente escolar, ressalta a fundamental importância desses recursos, o
professor que está diante deste processo de aprendizagem, formando cidadãos
críticos pensantes para a sociedade, e o mesmo comprometido com sua profissão,
todos os dias ultrapassa as barreiras quando não têm estes recursos para “levar
conhecimento” ao alunado. A utilização destes recursos tecnológicos é
indiscutível para êxito nesse processo educativo. A finalidade não é só
didática, mas de fato, Inclusiva.
METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida em duas
etapas básicas: leituras e organização de informações que embasassem a hipótese
proposta que configura a EaD, em sua forma híbrida como uma ferramenta eficaz
na minimização da exclusão por ser inclusiva, no sentido de aumentar “as
chances de inserção do cidadão
brasileiro no universo do saber epistemológico” ( MENDES, 2010, p. 8).
Em termos de metodologia, o percurso
metodológico utilizado neste trabalho definiu-se a pesquisa de natureza básica bibliográfica
como principal instrumento de investigação, aplicando uma abordagem qualitativa
descritiva, onde se utilizou referências históricas fazendo um breve apanhado
do contexto inclusivo na educação no Brasil e no mundo, referenciando alguns
aspectos da legislação educacional a fim de apresentar de forma sucinta um
comparativo hipotético sobre as potencialidades inclusivas em EaD como ferramenta
que contribuição na melhoria do desempenho estudantil, considerando que a esta
vem se configurando como um modelo de melhoramento, ampliação, inclusão e democratização do
aprendizado.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Esta pesquisa se propôs como objetivo
geral elaborar de forma sintética, a partir de recortes bibliográficos, um estudo
que confirma que a Inclusão Escolar deve ser uma via de valorização de todos os
indivíduos indistintamente, onde todos os estudantes estão inseridos e aquilatados
igualitariamente, independente de suas dificuldades e diferenças, no alcance de
uma aprendizagem significativa que contemple suas potencialidades e interesses.
Assim, pode-se chegar objetivamente à
algumas conclusões: a Inclusão Escolar é um segmento que desafia na mudança de
atitude e essa mudança pode ter sua possibilidade e potencialidade na
ferramenta EaD; as mudanças necessárias devem essencialmente estar ligadas ao
fomento, ao preparo adequado dos profissionais da educação para que essa
acessibilidade de fato ocorra e, também, ao planejamento e reestruturação
curricular que contemplem o uso democrático da ferramenta.
Nessa perspectiva, a educação à
distância brota como um modelo de democratização e de geração de conhecimento,
oportunizando o acesso ao ensino e promovendo significativa melhoria no
desempenho de índices educacionais, e, consequentemente socioeconômicos por se configurar
em um valioso aparelho de ampliação e de oportunização, onde o aluno é o agente
principal na construção do seu próprio conhecimento e por facilitar “atividades
educativas em lugares em tempos diversos” (DECRETO 5.622/05, Art. 1 apud FERRUGINI
et al., 2013, p. 5).
Deste modo, esta pesquisa buscou apontar
as possibilidades da EaD como ferramenta de aporte no aprofundamento do
aprendizado na educação básica, numa perspectiva híbrida e inclusiva,
objetivando alçar uma elevação nos níveis de interesse dos alunos por meio da observação
a todos em suas diferenças e desenvolvendo por meio de atividades
significativas os níveis de aprendizado e consequentemente elevando níveis de
qualidade na educação brasileira.
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